segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Assalto em 11/11/2007 - Jundiaí, São Paulo

Bom, a história é bastante comum, porém me afetou muito mais do que o imaginado.

Primeiro, obrigado por ler esse blog, apesar de possuir poucas esperanças, confio que ainda devam existir pessoas boas no mundo, e quem sabe esse infeliz cruza com alguma dessas pessoas na sua estrada ímpar.

Perto do fim do ano passado (2006), eu e um colega (muito amigo meu), ao pegarmos um projeto juntos, tivemos algumas idéias de como poderíamos montar uma empresa nossa. Após vários meses tentando executá-la, percebemos que precisariamos investir mais do que o imaginado para concluir o planejado. Confiavamos (e confiamos) em nossas idéias, e apesar de não possuirmos total segurança para abandonar tudo, percebemos que precisariamos tomar essa atitude.

Desde o começo de 2007, todo o dinheiro recebido em nossos empregos era guardado para executarmos nosso projeto. Trabalhei em Porto Alegre, Jaguariúna, Sumaré, entre outros lugares, somente para levantar o dinheiro para o investimento inicial. Trabalhar longe me gerou vários problemas familiares e pessoais, mas eu precisava levantar o dinheiro pra começar.

Em Julho de 2007, eu e meu atual sócio, tomamos coragem e marcamos a data em que sairíamos de nossos empregos para então poder se dedicar completamente ao nosso projeto, e se necessário, em um futuro não tão distante, voltar a trabalhar nas mesmas empresas de antes. Só precisavamos de algum tempo full-time para nos dedicarmos de cabeça fria e traçarmos os rumos. Faltando algumas semanas, comunicamos nossos chefes sobre o que faríamos, e para minha surpresa (nesse momento meu sócio não trabalhava mais na mesma empresa que eu), a consultoria em que trabalhava, estava fechando. Não tinha mais escolha, nem que quisesse continuar lá. Eu estava oficialmente desempregado.

Após 1 ano morando no centro de Campinas, vendo assaltos frequetes, batidas de carro, brigas de transito, pessoas gritando a toda hora, fumando crack a qualquer hora do dia, tivemos a oportunidade de nos mudar para uma casa de fundo de uma construção em Jundiaí, em um dos bairros mais tranquilos da cidade, sem precisarmos nos preocupar com aluguel, o que se tornou uma ótima oportunidade para nós nesse momento difícil que iriamos enfrentar.

Por ter trabalhado tanto tempo com consultoria, eu possuí um notebook HP zv6000 (ou algo assim), que queimou completamente (sem explicação da parte da HP, que também não cumpriu sua parte na garantia). Fui informado que não existiria solução, pois por um erro de projeto na placa, a temperatura estava esquentando demais e eles não poderiam garantir o funcionamento desse notebook mais. Ok, perdi 4700 reais simplesmente por confiar em uma marca e uma loja que não deveria. Após muito briga (e cerca de mais 4500 reais investidos), o troquei por um HP dv2000, pois havia um comprador em vista, no fim, conseguiria tirar cerca de 500 reais da negociação. Um investimento alto e de risco, mas era a única coisa que eu podia fazer para não perder absolutamente todo o valor do meu primeiro notebook.

Para tocarmos o projeto, eu precisava de uma máquina. Não poderia contar com esse segundo HP, pois ele seria vendido em pouco tempo. Portanto, após muita pesquisa, decidi importar um notebook Asus G2S. Uma máquina satisfatória e capaz de suportar o lixo que é o processamento do Windows Vista. Comprei a máquina somente pensando no futuro.

Nisso, investi absolutamente 120% de tudo que eu tinha guardado. Ainda devo boa parte desse notebook.

Mudamos para Jundiaí, o que nos trouxe muito mais sossego e paz para trabalharmos sem grandes preocupações. Apenas precisavamos nos preocupar com a conta de energia e o valor do speedy. Apesar de passarmos dificuldades financeiras nessa época, nosso maior problema era arrumar 200 reais em 2 para pagarmos boa parte das contas (o que mesmo assim fazia eu frequentemente pensar em abandonar o projeto e arrumar qualquer emprego, para garantir o pagamento de tudo).

No dia 11/11/2007, fui para a festa de aniversário de 3 anos de meu sobrinho. Quando voltei, haviam entrado em casa, e roubado praticamente tudo que eu tenho, tudo que eu tinha comprado e juntado em cerca de 5 anos de trabalho.

Foram levados: 1 notebook Asus G2S (sem bateria, manual, cabos), 1 notebook HP dv2000 (sem parte do cabo pra recarregar bateria), 1 Sony PSP com cartão de memória de 4 gigas (sem recarregador), 1 Ipod Photo original de 60 gigas (com capa de silicone e cabo usb retratil não original, sem fone), 1 celular Nokia 6111, 1 celular Nokia N-Gage QD, 1 rádio nextel, e todas as minhas roupas. O infeliz ainda deixou a própria roupa (bermuda cueca camiseta e tenis) lá para apreciarmos.

Não houve arrombamento algum, simplesmente a novíssima janela Sasazaki (que ainda estava com os papelões pois a casa ainda seria pintada) não fecha direito (inclusive em teste efetuado após o assalto). Você fecha com força, ela faz um *click* como se tivesse travada, se você arrasta ela com as mãos, ela abre. (fica a dica pra quem está construindo atualmente, teste o modelo de sua janela antes de confiar nela)

Pelos vestimentos e ignorancia ao escolher o que levar, notamos que provavelmente a obra foi invadida para ser roubada (fios, aparelhagem, etc), mas a janela (que estava fechada) fez o assaltante ganhar na sena levando praticamente toda a minha vida.

Esse modelo de notebook (asus g2s) possui a própria mochila, mouse, etc, o assaltante esvaziou a mochila para levar o resto das coisas, deixando a bateria, manual, nota fiscal, cabos, etc (o que provou a falta de conhecimento no que estava sendo levado, e que o objetivo não era os notebooks). Também deixou o cabo de energia do HP dv2000 (que estava ligado no momento no cabo).

Segundo a pessoa que me vendeu o note, existem apenas 10 dele no Brasil. Ou seja, se tivessemos uma polícia um pouco diferente, ou uma sociedade um pouco mais unida, seria de fácil rastreamento, porém, não é bem assim que as coisas funcionam (descobri isso após levar uma vida correta e confiar na nossa sociedade por 23 anos).

Portanto, peço com todas as minhas forças, que caso você, leitor, veja um notebook Asus G2S de procedencia duvidosa (ou qualquer um dos outros objetos roubados), entre em contato comigo. Esse notebook é bastante raro, portanto não é um notebook visto todo dia. Qualquer informação será repassada imediatamente para a polícia para maiores investigações. Estou ocultando os comentários desse blog, por motivos óbvios.

Não vem ao caso, mas eu tenho problemas de saúde (como uma úlcera que me pentelha já há alguns anos), essa fase não está sendo fácil, não sei por onde retomar os planos, não tenho mais vontade de continuar, de batalhar, pra alguém achar que as coisas foram conquistadas facilmente e levar tudo em alguns minutos. Estou completamente desenganado da vida, desempregado, não moro mais na casa que foi assaltada (voltei a morar com meus pais) - o que serve de aviso ao infeliz que não adianta voltar lá, pois eu morava de favor, e preferi deixar o favor de lado. Não conheço pessoas do "submundo" (conforme conselho do policial que fez o B.O., era pra eu mesmo ir atrás dessas coisas a partir de conhecidos), apenas posso confiar na amplitude da internet, e na boa vontade das pessoas, pode até ser ilusório, mas é o que me resta.

No mesmo bairro (parte alta da vila arens 2, ou vila progresso, ou jd dupre), várias obras foram assaltadas. Meu celular não foi cancelado, e em testes, atenderam no meu próprio número e responderam "Com quem você gostaria de falar?".

Segundo conselhos de conhecidos e da própria polícia, não irei divulgar a minha identidade na internet, portanto estou utilizando um email somente para isso. Caso tenha qualquer informação, por favor, entre em contato em asusg2s@gmail.com .

As fotos dos objetos roubados se encontram no seguinte álbum:
http://picasaweb.google.com/asusg2s/AsusG2SRoubado

Fotos:






















Qualquer novidade (dependendo da novidade), irei postando aqui nesse blog.

Agradeço desde já qualquer um que tenha lido esse blog e/ou repassado o endereço para alguém. Muito obrigado mesmo, na hora da necessidade a gente vê que o mundo que vivemos é uma droga e que não temos praticamente ninguém para contar.